Yoga é filosofia

Yoga é filosofia

Que Yoga é filosofia hoje todos dizem. A pouco tempo atrás muitos esqueciam. Queríamos um Yoga científico. Sem metafísica. Portanto sem o pensamento originário que o fundou, sustenta e confere sentido.

Aquilo de que o Yoga trata (um estado de ser além da mente), não é passível de mensuração por métodos científicos. A ciência precisa de objetos e de um sujeito separado que com eles estabelece contato produzindo dessa relação o conhecimento. O Yoga é uma dimensão de ser onde não há separação sujeito-objeto, e é nessa ausência de dualidade que surge a Sabedoria.

É claro que as práticas utilizadas pelo Yoga para criar condições que facilitem o acesso à dimensão além da mente, por envolverem o corpo físico como um todo e por trabalharem com as funções afetivas e mentais, podem ser em muitos casos passíveis de observação e comprovação científica. Mas elas não são em si mesmas Yoga. Yoga é o estado de ser que pode surgir quando essas práticas atingem realmente os seus objetivos fundamentais.

Queríamos um Yoga sem Mestres, que são a Fonte Viva dos ensinamentos e das práticas, porque experienciam neles mesmos a finalidade essencial do Yoga e o próprio Yoga enquanto “parada das ondas mentais”. É claro que não falamos aqui de mestres auto proclamados, mas do Parampara, a sucessão discipular que mantém o Yoga vivo até hoje.

Se Yoga é um estado de ser além da mente que surge quando a mente se aquieta, e Meditação é precisamente esse aquietamento, como é possível conceber Yoga sem Meditação? É necessário então perguntar que ênfase damos à esse tema em nossas aulas de Yoga ?

Queríamos também um Yoga sem a mística, que é o mergulho no mistério do ser, além das palavras e dos pensamentos. Que é a apreensão do ser na linguagem do silêncio; e que realiza, portanto, aquilo que é o projeto essencial da metafísica, inclusive ocidental.

No entanto agora todos repetem”Yoga é filosofia”! “Todas as glórias guru Confef “, que com a sua ganância, fez o que talvez nem um Mestre Yogui conseguiria: Uniu os professores de Yoga; deu voz àqueles que sempre entenderam o Yoga dessa forma, e provocou todos nós à relembrar e a trazer para o centro da cena do Yoga aquilo que é o seu propósito fundamental: o acesso humano ao sagrado! O desvelamento do Si mesmo.

O humano é Divino! Aham Brahmasmi! Shivo Ham! Que bom se essa consciência das finalidades transcendentes do Yoga, não for por ninguém mais esquecida quando os ventos e tempestade do Confef forem apenas lembranças, e estivermos no pleno gozo da nossa liberdade, autonomia e responsabilidade.

Akal Muret Singh

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